1970 marcou a estreia do realizador sueco Roy Andersson nas longas-metragens, com A Swedish Love Story. Desde então até ao presente Andersson realizou apenas mais 3 filmes, aproximando-se gradualmente de uma espécie de narrativa burlesca, dizem alguns algo felliniana.
No entanto o seu filme de estreia está longe desse registo, pelo menos num primeiro olhar, ou à superfície. Trata sobretudo de uma história de amor entre dois adolescentes que se vêem rodeados de toda uma descrença no que a relações afectuosas diz respeito. Seja logo no início o avô de um deles queixar-se da solidão e da infelicidade que a certa altura, e invariavelmente, atinge os idosos; seja na depressão profunda que se encontra a mãe da jovem rapariga motivada por um casamento falhado; seja até pela sua irmã mais velha, já adulta, que se queixa da solidão e da vida. São portanto três gerações diferentes que, inconscientemente, poucas perspectivas trazem ao jovem casal. Todos eles parecem fazer crer que crescer é uma causa da infelicidade, ou esta a consequência. Isto tudo sob uma frieza característica no tipo de relações nórdicas, se quisermos envoltas numa espécie de incomunicabilidade. É precisamente desta forma que a relação do jovem casal floresce, praticamente sem palavras. Um encosto apenas é o suficiente para qualquer um deles expressar o que sente, naquela Suécia aparentemente apática e condenada.
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