Nestes primeiros dias de Indie Lisboa 2012, o destaque das sessões de curtas cai na estreia na realização de João Rui Guerra da Mata, depois de inúmeras colaborações, inclusive a co-realizar, com João Pedro Rodrigues.
Situamo-nos no incêndio do Chiado de 1988 e, ao mesmo tempo que a cidade arde, uma longa conversa telefónica antecipa o fim de uma relação. Formalmente pleno de sobreposição e justaposição de realidades, contrapondo o interior do quarto, real, com os diversos exteriores, distantes, manifestando-se apenas através da televisão e da(s) janela(s).
Embora pese de quando em vez a sobrecarga de referências de época - e mais naif do que o excesso de referências visuais pode ser o excesso das referências verbais -, toda a conversa ao telefone e evidentemente todo o filme é uma dedicatória pessoal. Lisboa arde e aquele amor também. Com tanta força que se destrói. Mas o que arde cura.
Afinal há João Rui para além de João Pedro. Aguardam-se mais projectos.
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