segunda-feira, 6 de junho de 2011

Nobody ever really escapes

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As premissas de Jules Dassin neste poderoso Brute Force não andarão muito longe da extorsão, força, violência e fuga. Aliás, praticamente toda a obra de Dassin anda em torno destes temas. Personagens enclausurados nas suas próprias prisões, onde apenas o dinheiro e o poder as move. Neste filme essas prisões são, efectivamente, as celas de uma prisão. Planeia-se a fuga em grupo mas o meio é implacável.

Quase se pode fazer um paralelismo anos mais tarde com Le Trou, de Jacques Becker. No entanto, enquanto que num a fuga assemelha-se para o protagonista mais como uma libertação de espírito (pese ainda assim a violência brutal das derradeiras cenas), em Becker esta materializa-se na fraqueza da experiência em prol da extorsão. Representa a certeza de que escolhido esse caminho, acarretam-se os riscos e nada se poderá fazer dali em diante.
Em ambos os casos é mostrado ao espectador o vazio e a frieza que pairam nos corredores das prisões no fim de cada tentativa de fuga. Não com uma conotação moralista, afinal estamos a falar de Becker e Dassin, mas como alerta precisamente para o terror que será a vida daqueles que ousaram escapar.

Uma coisa é certa: em ambos os casos é proposta uma alternativa à máxima the only winning move is not to play. Não tentando a fuga, quase todos sairão da prisão, ainda que muitos anos mais tarde. Ainda assim, entrando no jogo, ou se ganha ou se perde, para sempre, para os dois lados.

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